sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A arte de administrar o circo diretamente do picadeiro!

Um dos esportes prediletos do povo brasileiro é falar sobre política. Tão discutido quanto futebol, a política tem o seu lugar nas rodas de conversa de todo o país. Um dos acontecimentos mais polêmicos dos últimos tempos, no que se refere a este assunto, foi a eleição do Tiririca ao cargo de deputado federal. (Sim, agora o circo está completo! Se faltava o palhaço, não falta mais!)

Em sua propaganda eleitoral, o humorista aparecia vestido de palhaço e dizendo frases como: "O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto", “vote no abestado” e “estou aqui para pedir seu voto porque eu quero ser deputado federal para ajudar os mais 'necessitado', inclusive a minha família”. (Com estas frases dá para perceber que, ao menos, ele foi honesto em sua campanha!) Piadas a parte, o fato é que mesmo assim ele foi eleito com mais de 1 milhão de votos.

O povo brasileiro tem o péssimo costume de confundir as coisas no momento de votar em seus candidatos. Se o candidato é um artista famoso, já é meio caminho andado para que seja eleito. Se ele faz as pessoas rirem, então, já está quase lá. Não é assim que funciona. Para um cargo tão importante como este, não basta simplesmente ser famoso. Um deputado federal, para se ter uma idéia da sua responsabilidade, tem como incumbência propor, emendar, alterar, revogar e derrogar (o mesmo que anular, abolir), leis. Será que nosso candidato eleito sabe disso?

Não vou nem entrar na questão referente ao analfabetismo, conforme denúncia do Mninistério Público Eleitoral (MPE), até mesmo porque, o juiz eleitoral Aloísio Sérgio Rezende Silveira rejeitou o pedido, argumentando que “a legislação eleitoral, desde a Constituição Federal até os atos infralegais, não exige que os candidatos possuam mediano ou elevado grau de instrução, mas apenas que tenham noções rudimentares da linguagem pátria”. (E depois ainda queremos que o país cresça e faça parte do grupo das grandes potências, chamado de Primeiro Mundo! Como? Se estamos quase na idade da pedra!)

Outra coisa interessante nesta história, antes mesmo de se candidatar, o humorista foi denunciado pelo MPE por falsidade ideológia. No registro de pedido da candidatura, Tiririca declarou não ter bens em seu nome. Porém, de acordo com entrevista concedida à revista Veja, ele disse que havia transferido os bens para terceiros, por conta de processos movidos por sua ex-mulher. Ou seja, já começamos mal. Se ele está tentando dar um jeitinho brasileiro na sua vida particular, imagine o que não fará na vida política.

O fato é que ele foi eleito, conseguiu o que queria. Vira e mexe, de tempos em tempos, recebemos e-mails com coisas do tipo: o salário do Tiririca será de tanto, a ajuda de custo será mais que o dobro do salário, viagens, hotéis cinco estrelas, e mais um mundo de mordomias. Eu não conheço uma pessoa que tenha votado nele, muito pelo contrário, só falam mal. Então, como é que ele se elegeu? Um milhão de pessoas é muita gente. E mais de um milhão de pessoas votaram nele, agora aguentem!

Ano após ano, em matéria de política (para não sair do assunto), o povo vem sendo castigado pela sua ignorância. O Brasil não tem memória, é impressionante! Todos os candidatos tornam-se bons e honestos às vésperas das eleições, seja lá para que cargo for. Fazem cara de feliz, abraçam e beijam criancinhas, visitam favelas, ou seja, fazem o suficiente para que o povo se esqueça de quem eles verdadeiramente são. E o que é pior: o povo esquece e acaba elegendo novamente muitas cobras criadas.

Enfim, adianta ficar relamando do Tiririca? Temos que agir, pois pior do que está fica sim! E como fica! Muito provavelmente, mais palhaços entrarão na onda e se candidatarão. Quem sabe, em um futuro muito próximo, nosso país seja um grande circo, em que os palhaços comandarão e nós pagaremos nosso ingresso através do Governo! A solução para isso é simples: educação. Mais uma vez a solução é conhecida, o que falta é força de vontade por parte das pessoas que podem fazer alguma coisa, pessoas que foram eleitas por nós. Vamos pensar duas, três, quatro, um milhão (que seja), de vezes, antes de eleger os nossos representantes no Governo. Vamos pesquisar sobre os candidatos, votar em quem possui experiência, não em quem possui mais simpatia, muito menos em quem nos faz rir. Lembre-se: não estamos votando em um candidato de "Show de Calouros" ou "Concurso de Piadas", estamos votando nos nossos representantes. É assim que queremos ser representados? Por palhaços? Nada contra os palhaços, mas o lugar deles é no circo (ou em festinhas infantis), não ajudando a comandar o Brasil. Pense nisso antes de apertar novamente o botão "Confirma".

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