sábado, 22 de janeiro de 2011

Esmola: dar o peixe ou ensinar a pescar?

Já não basta apenas sairmos de casa para sermos abordados por algum tipo de pedinte. De tempos em tempos a campainha toca e, assim que perguntamos quem é, ouvimos a mesma coisa: tem alguma coisa para dar? Tenho sim, um "Não" bem grande e sonoro, pois na maioria das vezes são jovens em perfeitas condições para poder trabalhar. Pedir esmola é um trabalho? Parece que sim.

Moro em uma cidade pequena, no interior de São Paulo. Quando me mudei para cá, há quase 5 anos, não haviam pedintes. Eu até fiquei admirado com isso, pois estava acostumado com a rotina de cidade grande com pedintes e flanelinhas (que são pedintes disfarçados), por todo lugar.

Mas eis que o tempo passou. Apareceu um, depois outro e agora já temos alguns em pontos estratégicos da cidade. Quando eu almoço pelo centro, sempre tem uma mulher, sentada no mesmo local, pedindo moeda. Se ela guardasse todas estas moedas, já poderia ter comprado uma passagem para o lugar de onde veio!

Há algum tempo eu assisti uma reportagem sobre uma mulher que alugava crianças bem novinhas para poder pedir. Ou seja, a criança era para impressionar as pessoas, geralmente de colo. Coitadinha, tem filho pequeno, vamos dar umas moedinhas pra ela, e por aí vai. Ao menos era isso o que ela gostaria que pensássemos.

Bom, eu não estou dizendo para termos o coração feito de pedra. Realmente, existem situações em que temos que colaborar, como contribuir com asilos, orfanatos, claro, desde que saibamos que se trata de uma instituição confiável.

Minha grama aqui em casa está enorme, por que ninguém passa aqui para saber se eu quero que corte, ou se quero que lavem meu carro ou pintem minha casa? Por que tem que ser dado? Eu não dou esmola, não adianta. Pode parecer estranho, mas eu sinto muito mais pena de um cachorro de rua, morrendo de fome, do que dessas pessoas que ficam pedindo as coisas. Porque sei que o coitado do cachorro vai atrás das coisas e já fez de tudo para poder comer, já revirou lixos, andou por todos os lugares e continua ali, morrendo de fome. Já as pessoas que se dizem mendigas (a grande maioria, lógico, sempre há exceções), parecem mais saudáveis que nós. Apenas uma roupa suja e um cheiro característico de quem não toma banho há dias. Mas isso e o que eles têm que mostrar, que estão sofrendo.

Existem albergues e instituições públicas que servem comida e estadia. Existe, no Brasil, trabalho para tudo quanto é coisa que você esteja apto a fazer. Por exemplo: essa mulher que eu vejo todos os dias me parece muito saudável, apenas faz uma cara de coitada e pede dinheiro. Por que ela não vai procurar emprego? Porque enquanto existir um tonto para dar dinheiro, ela vai ficar pedindo. Daqui a pouco ela terá mais dinheiro que a gente.

O Brasil não é um primor em matéria de educação, mas esse povo todo que fica pedindo esmola pelas ruas poderia muito bem ir para a escola. Não é justo que os trabalhadores ainda tenham que sustentar mendigos. Eu sei, não foi culpa deles a situação em que se encontram, mas também não é nossa! Muitos deles são drogados e estão pedindo dinheiro para comprar mais drogas.

O Governo faz a sua parte, menos do que deveria, é verdade, mas eu já vi, tanto em Curitiba quanto em São Paulo, os mendigos sendo recolhidos pelos carros da prefeitura e levados para um local onde havia comida e estadia. Deveriam existir mais locais iguais a estes, mas sabemos que são poucos.

O fato é que, mais uma vez, o problema é conhecido e para resolvê-lo falta força de vontade. Educação! Esta é a palavra chave para a soluçlão de quase todos os problemas de qualquer país. Falta conscientizar as pessoas de que dar esmola não é a solução, apenas aumenta o problema, pois mais e mais mendigos aparecerão, afinal, é mais fácil pedir do que trabalhar. Falta educação para os mais necessitados, para que eles possam procurar emprego, para que possam ser aceitos pela sociedade. Mas para isso, falta investir em educação. E isso nós sabemos que está longe de acontecer.

Enfim, dar esmola não resolve, aliás, atrapalha, piora a situação. Não dê esmola, se quiser realmente ajudar, junte seu suado dinheiro e faça doações a uma instituição de caridade. Ou então, pague um almoço, mas não dê dinheiro, pois ele pode ser utilizado para cigarro, bebida e drogas. Se ninguém der esmolas, estas pessoas serão obrigadas a trabalhar para ter algum dinheiro. Só não venha me dizer que elas irão começar a roubar, pois se forem ladras, roubarão de qualquer maneira!

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